sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

(6)-CIVILIZAÇÕES ESQUECIDAS

Aquelas almas aflitas e atormentadas reencarnaram, proporcionalmente, nas regiões mais importantes, onde se haviam localizado as tribos e famílias primitivas, descendentes dos “primatas”. Com a sua reencarnação no mundo terreno, estabeleciam-se fatores definitivos na história etnológica dos seres.
Um grande acontecimento se verificara no planeta. É que, com estas entidades, nasceram no orbe os ascendentes das raças brancas.
Em sua maioria, estabeleceram-se na Ásia, de onde atravessaram o istmo de Suez para a África, na região do Egito, encaminhando-se igualmente para a longínqua Atlântida, de que varias regiões da América guardam assinalados vestígios.
Era na Índia de então que se reuniam os arianos puros, entre os quais cultivavam-se igualmente as lendas de um mundo perdido, no qual o povo hindu colocava as fontes de sua nobre origem. Alguns acreditavam se tratasse do antigo continente da Lemuria, arrasado em parte pelas águas dos Oceanos Pacifico e Indico, e de cujas terras ainda existem porções remanescentes como a Austrália.
A realidade, porem, qual já vimos, é que, como os Egípcios, os hindus eram um dos ramos da massa de proscritos da Capela, exilados no planeta. Deles descendem todos os povos arianos que floresceram na Europa e hoje atingem um dos mais agudos períodos de transição na sua marcha evolutiva.

O pensamento moderno é o descendente legitimo daquela grande raça de pensadores, que se organizou nas margens do Ganges, desde a aurora dos tempos terrestres, tanto que todas as línguas das raças brancas guardam as mais estreitas afinidades com o sânscrito, originário de sua formação e que constituía uma reminiscência da sua existência pregressa em outros planos.
Fonte: livro “A Caminho da Luz” pelo espírito Emmanuel
e psicografado por Francisco Candido Xavier.

As lendas que do passado trazem aos nossos dias as recordações das primeiras civilizações, que apesar de terem florescido entre 15.000 e 10.000 anos a.C. traziam em si mesmas conhecimentos científicos incalculavelmente maiores daqueles que existiam nas culturas que as sucederam milênios depois, dizem que estas se desenvolveram simultaneamente no continente da Lemuria e de Mu, enquanto que a maior delas, a de Atlântida, em um grande arquipélago que se situava depois das Colunas de Hercules.
A quarta, que destruída não deixou vestígios, localizava-se na área hoje conhecida como mediterrânea e foi desta, que muitos séculos depois, frutificou a cultura que naquela região surpreendeu o mundo.
Os homens que as construíram, dos quais foram reencontrados os primeiros traços no sitio de Dordogne, na França, onde receberam o nome “Cro-magnon”, possuíam o mesmo volume cerebral que o homem moderno possuí.

As lendas colocam a Lemuria (o nome foi herdado de uma raça de macacos que só se encontra na ilha de Madagascar e em uma região da Índia) em um continente do qual hoje somente permanece uma pequena parte, a Austrália, mas que naquele distante pretérito ligava a ilha de Madagascar à Índia, enquanto a de Mu nos arredores do oceano indico.
O ocidente conheceu esta civilização em 1870 por intermédio de James Churchward, um oficial inglês que servia na Índia. Este militar, encontrando-se um dia diante de um templo Hindu, entrou para conhecê-lo, mas a curiosidade que o interior lhe despertou foi tanta que chamou a atenção de um velho sacerdote. Este, apreciando o interesse de Churchward, lhe confidenciou que ali eram conservados textos antiqüíssimos, os únicos existentes que falavam a respeito de uma civilização que se havia desenvolvido em um continente que desaparecera chamado Mu. O inglês, interessado, explorou o sacerdote até que este lhe mostrou os documentos e lhe deu permissão para copiá-los. Mais tarde, por não ter conseguido decifrá-los, -los traduzir e algum tempo depois escreveu um livro. Entretanto, como a obra foi considerada irreal, caiu no descrédito.
O nome Mu, segundo ele, provinha de um símbolo encontrado em outro templo que se assemelhava a letra grega “mu” e suas paginas referiam que no continente desaparecido havia sete grandes cidades e que o povo de Mu, culto e sábio, era predominantemente branco, mas entre eles havia homens de cor. O livro de James afirmava ainda que esta civilização fora destruída como Atlântida. A Atlântida que foi descrita em dezenas de formas diferentes, em milhares de livros, mas sempre atribuindo a seu povo, ora bom e ora mau, o conhecimento de tecnologias que até hoje a humanidade não possue.
O nome Atlântida vem de Atlante - o mítico gigante que segurava o mundo nos ombros - e a sua localização, no Oceano Atlântico, correspondia a área cingida por Miami, Cuba, e as Bahamas: o triangulo das Bermudas. Atlântida, segundo é dito, teria desaparecido nas profundezas oceânicas 9000 anos a.C. devido aos distúrbios provocados pelo choque de um meteorito com a Terra.
Acrescentemos ainda que foram muitas as regiões litorâneas, arquipélagos, ilhas, e porque não continentes, que naquela epoca, a glaciação Worms, foram invadidas pelos mares porque estes, só devido ao degelo, tiveram o nível de suas águas aumentado em mais de 100 metros. Destarte, se a este cenário adicionarmos convulsões telúricas, terremotos, maremotos e ondas gigantescas provocados por abruptos choques entre as placas tectônicas em seqüência ao choque de um cometa, teremos um panorama avassalador.

Mesmo assim, Platão descreveu Atlântida como sendo uma ilha feliz de natureza fecunda, e Hesíodo, o poeta grego do século VIII a.C., autor de poemas didáticos como “Os trabalhos e os dias” e ”A Teogonia“, a descreve como uma terra feliz habitada por homens sábios. Homens sábios! Assim também foram chamados aqueles que sobreviveram a estas catástrofes pelos povos que os acolheram, e que posteriormente, devido ao imenso conhecimento que possuíam, os imortalizaram em suas lendas chamando-os deuses.

Mapa das placas tectônicas e vulcões ativos da área onde outrora existiu Atlântida

Em maio de 2001, quando os olhos do robô submarino da expedição canadense liderada pela engenheira russa Paulina Zelitsky da Advanced Digital Comunication - ADC - procuravam nos fundais do mar das caraíbas antigos barcos naufragados, acidentalmente, viram escondidas a 700 metros de profundidade, perto de um vulcão extinto diante da península cubana de Guanahacabibes, imensas estruturas de granito que se elevavam em ângulos retos sobre a areia branca do leito oceânico. Estes esqueletos, lembrando pirâmides e velhos restos de centros urbanos no estilo meso-americano, se espalhavam por uma área de cerca 20 Quilômetros quadrados.
Exploradas, nelas foram encontrados, esculpidos em baixo relevo, diversos símbolos e cruzes ovais similares aos signos minoicos e aos que são entalhados nos templos babilionenses e assírios. Similares, mas não idênticos, uma vez que se identificavam também com o alfabeto grego e com os símbolos da cultura Etrusca.
As imagens destas ruínas, que imediatamente fizeram pensar em Atlântida, passaram a ser de domínio publico visto que um acordo entre o National Geographic Institute e a Academia Cubana de Ciências, permitiu que fossem filmadas e transmitidas pela TV no mundo inteiro.



Em 1986, a 250 metros da ilha japonesa de Yonaguni, com o objetivo de ajudar a preparar um mapa de mergulho da região, Kihachiro Aratake estava mergulhando sem imaginar que naquele dia iria descobrir sem querer algo tão espetacular que além de mudar a vida da até então pacata ilha, levantaria uma cortina de dúvidas sobre os fundamentos de toda a arqueologia: “Parecia estar diante de um templo inca gigante, pensei presenciar algo impossível, fui tomado por um temor e emoção enormes", disse ele depois, explicando sua perplexidade.
Foi assim que o mundo tomou conhecimento da "Pirâmide de Yonaguni", o monumento adormecido sob as águas do pacífico que nos últimos anos se tornou o centro de discussões geológicas e arqueológicas, atraindo à pequena ilha de Yonaguni - sudoeste de Okinawa - milhares de estudiosos e curiosos.
Há apenas cinco metros abaixo da superfície em sua camada mais alta, a gigantesca estrutura de quase duzentos metros de comprimento, com altura total de pouco mais de vinte e sete metros, têm a idade de dez mil anos, ou seja, o dobro da pirâmide mais antiga do Egito que é a de Saqqara. Masaaki Kimura, geólogo da universidade de Ryukyu em Okinawa, foi o primeiro especialista a estudar a estrutura e a concluir que foi construída artificialmente, não sendo obra da natureza como acreditavam os locais: "Uma obra prima da engenharia, erguida por uma nova e desconhecida cultura que dominava a mais alta técnica e exímia habilidade", comentou ele. Depois foi a vez de Teruaki Ishii, professor de geologia da Universidade de Tóquio. Ele disse que as estruturas datam no mínimo de 8000 a.C. quando a terra onde a construção foi realizada teria submergido ao termino da ultima idade de gelo.
Aos poucos o debate científico no mundo asiático passou a atrair especialistas e estudiosos ocidentais. Robert Schoch, geólogo da universidade Boston e conhecido por defender a tese de que a esfinge do Egito foi construída pelo povo de Atlântida, viajou com uma equipe para o local: A pirâmide de Yonaguni é basicamente uma série de camadas enormes, cada uma com aproximadamente um metro de altura. Essencialmente é uma face de precipício como o lado de uma pirâmide. Algo extremamente interessante. É possível que a erosão natural da água combinado com o processo de pedras rachando e se dividindo possam criar uma estrutura desse tipo, mas eu não vejo como tal processo possa ter criado uma estrutura tão bem formada quanto esta, concluiu ele no seu veredicto. Graham Hancock, autor científico de bestsellers sobre outras eras também viajou ao local e emitiu sua opinião: "Na base do monumento há o que pode ser definido claramente como um caminho".
Contudo, não todos os pontos de vista foram semelhantes, porque o geólogo alemão Wolf Wichmann, após mergulhar várias vezes no local e recolher amostras de pedras para estudos, opinou de forma cética sobre o assunto: "O templo gigante nada mais é que um bloco sedimentar criado pela natureza. A pedra sedimentar é cortada por rachaduras verticais e fendas horizontais. Os degraus e ângulos de 90 graus se constituem nestas zonas de ruptura. A plataforma superior é um caso típico de como áreas planas de rochas sedimentares são formadas. Além disso as plataformas possuem inclinação e nenhuma parede está em ângulo reto apesar das sugestivas imagens dos detalhes", escreveu ele.
A favor de Wichmann está o fato de que os primeiros sinais de civilização no Japão datam do período Neolítico, ou seja, ao redor de 9000 AC.


Fonte: Jornal do Brasil 18/10/99

O Egito, ao longo dos tempos, sempre foi considerado o país detentor dos maiores conhecimentos, isso porque, até o reino de Psamético, fundador da XXVI dinastia 600 anos a.C., havia sido mantido fechado aos outros povos - a razão da sua longevidade milenar - e sua cultura só era transmitida, geração após geração, exclusivamente para as castas privilegiadas do seu próprio povo.
Herdeiro de conhecimentos cuja origem se perde na noite dos tempos, possuía documentos antiqüíssimos, e entre eles, segundo os primeiros historiadores, textos que falavam de um reino terrestre de deuses, semideuses e espíritos dos mortos. Infelizmente estes documentos foram perdidos, mas de certa forma isso não impede que seja reconstruída a sua história pré-dinastica.
Os Egiptólogos acreditam que a civilização egípcia iniciou cerca de 3.000 anos antes de Cristo com a subida ao trono do primeiro farão, Menés, que, além de ter sido o fundador da primeira dinastia, teria sido o responsável pela unificação do baixo e o alto Egito. Eles, porem, não levam em consideração certos documentos que atribuem à civilização Egípcia uma origem muito mais antiga porque os tem como “registros mitológicos”.
Esta egiptologia, que por não se afastar um milímetro sequer do seu paradigma exclui a priori que tenha havido uma civilização tecnologicamente mais avançada antes da primeira dinastia por eles fixada, classifica o período pré-dinastico como uma fase muito primitiva na qual até os instrumentos de metal utilizados eram rudimentares. No entanto, Heródoto de Halicarnasso, historiador muito viajado do V século a.C. afirmou em suas histórias que para os Egípcios, Heracles - que posteriormente veio a ser o deus Hercules dos latinos - era uma divindade muito mais antiga, aproximadamente 17.000 anos antes da época em que havia doze deuses.
Segundo Heródoto, no V século a.C. os Egípcios afirmavam que no decorrer dos últimos 11.340 anos nenhum dos seus deuses havia possuído forma humana e que isso jamais havia acontecido antes também. Asseveravam ainda que a sua cultura era tão antiga que nesse tempo o sol havia mudado de posição quatro vezes e que na posição em que naqueles dias desaparecia, já nascera em dois outros períodos longínquos.
Diodoro de Sicília - historiador grego 90 a.C. - afirma na sua “Biblioteca histórica” - história universal até 60 a.C. - que os egípcios asseguravam que do reinado de HelioRa - até a travessia do Helesponto - hoje estreito de Dardanelos - por Alexandre, haviam transcorrido cerca de vinte e três mil anos.
Diodoro esclarece ainda que, segundo algumas lendas, no inicio reinaram no Egito deuses heróis por pouco menos de dezoito mil anos e que o ultimo deste foi Hórus, filho de Ísis, e que os deuses mortais reinaram naquela terra por pouco menos de cinco mil anos, até a centésima octogésima Olimpíada.
Mâneton, sacerdote e historiador egípcio que viveu na época helenística - III-II século a.C. - elaborou uma obra chamada “história do Egito” baseando-se exclusivamente em documentos originais, obra esta que, mesmo extraviada, é refletida em vários trechos da “Historia Eclesiástica” de Eusébio de Cesárea - 265-340 d.C. - e na Crônica de Giorgio Sincello - cronógrafo bizantino - que conta a história do mundo até ao décimo século d.C.
Sincello reporta um trecho da obra de Mâneton que fala do reino dos deuses, semideuses e espíritos do antigo Egito, afirmando entre outras coisas que houve trinta e uma dinastias. Existe ainda outra obra histórica do escritor cristão Julio Africano - III século depois de Cristo - que fala sobre o Egito e das dinastias divinas, mas, como também esta foi perdida ou destruída, parte dela é reportada nos textos dos Pais da Igreja. Destas dinastias fala ainda a crônica de Eusébio de Cesárea que, citando textualmente os escritos de Mâneton, repete os períodos que os deuses governaram o Egito.
Existem muitas outras fontes, inclusive às dos gregos ilustres que visitavam o Egito. Eles afirmam que os sacerdotes confirmavam que a civilização egípcia datava de algumas dezenas de milhares de anos. Em muitos testos gregos encontram-se referência a isso.
Mesmo as pirâmides de Gisé eram consideradas, por varias fontes, muito mais antigas do que os anos que os egiptólogos lhe conferem, e estas fontes afirmam ainda que as pirâmides não haviam sido erguidas para servirem de túmulo, mas para manter “vivos” determinados conhecimentos científicos para impedir que se perdessem. Acredita-se que estas informações tenham sido gravadas ao longo dos reinados antigos - titulares destes conhecimentos - porque a casta dos sacerdotes que custodiava esta ciência estava pouco a pouco desaparecendo.

A assistência carinhosa do Cristo não desamparou a marcha desse povo cheio de nobreza moral. Enviou-lhe auxiliares e mensageiros, inspirando-o nas suas realizações, que atravessaram todos os tempos provocando admiração e respeito da posteridade de todos os séculos.
Aquelas almas exiladas, que as mais interessantes características espirituais singularizam, conheceram, em tempo, que o seu degredo na Terra atingia o fim. Impulsionados pelas forças do alto, os círculos iniciáticos sugerem a construção das grandes pirâmides, que ficariam como a sua mensagem eterna para as futuras civilizações do Orbe. Esses grandiosos monumentos teriam duas finalidades simultâneas: Representariam os mais sagrados templos de estudo e iniciação, ao mesmo tempo em que constituiriam, para os pósteros, um livro do passado, com as mais singulares profecias em face das obscuridades do porvir.
Levantaram-se, destarte, as grandes construções que assombraram a engenharia de todos os tempos. Todavia, não é o colosso de seus milhões de toneladas de pedras nem o esforço hercúleo do trabalho de sua justaposição o que mais empolga e impressiona a quantos contemplam esses monumentos. As pirâmides revelam os mais extraordinários conhecimentos daquele conjunto de espíritos estudiosos das verdades da vida. A par destes conhecimentos, encontram-se ali os roteiros futuros da humanidade terrestre. Cada medida tem a sua expressão simbólica, relativamente ao sistema cosmogônico do planeta e a sua posição no sistema solar.
Ali esta o meridiano ideal, que atravessa mais continentes e menos oceanos, e através do qual se pode calcular a extensão das terras habitáveis pelo homem, a distancia aproximada entre o Sol e a Terra, a longitude percorrida pelo Globo terrestre sobre a sua órbita no espaço de um dia, a precessão dos equinócios, bem como muitas outras conquistas cientificas que somente agora vêm sendo consolidadas pela moderna astronomia.
Depois dessa edificação extraordinária, os grandes iniciados do Egito voltaram ao plano espiritual, no curso incessante dos séculos.
Com seu regresso aos mundos ditosos da Capela, vão desaparecendo os conhecimentos sagrados dos templos tebanos, que, por sua vez, os receberam dos grandes sacerdotes de Mênfis.
Aos mistérios de Isis e de Osíris, sucedem-se os de Elêusis, naturalmente transformados nas iniciações da Grécia antiga.
Em algumas centenas de anos, reuniram-se de novo, nos planos espirituais, os antigos degredados, com a sagrada benção do Cristo, seu patrono e salvador. A maioria regressa, então, ao sistema Capela, onde os corações se reconfortam nos sagrados reencontros das suas afeições mais santas e mais puras, mas grande número desses Espíritos, estudiosos e abnegados, conservaram-se nas hostes de Jesus, obedecendo a sagrados imperativos do sentimento e, ao seu influxo divino, muitas vezes tem reencarnado na Terra, para desempenho de generosas e abençoadas missões.
Fonte: livro “A Caminho da Luz” pelo espírito Emmanuel
e psicografado por Francisco Candido Xavier

Que descrevem estes “reinos perdidos” existem ainda os velhos compêndios históricos: Piteías de Marselha (o navegador Marselhês que determinou a latitude de Marselha e explorou os mares do norte da Europa no IV século a.C), em uma de suas viagem pelos mares nórdicos chegou até a ilha de Tule que na época era o limite do mundo conhecido, e descreveu esta viagem no seu livro “ao redor do oceano”.
Muitos estudiosos daquele tempo, aparentemente não acreditaram em tudo que ele descreveu, mas geógrafos, astrônomos e matemáticos como Erastóstenes (matemático, astrônomo e filosofo grego da escola de Alexandria, 284- 192 a.C. que mediu o meridiano terrestre e a obliqüidade da eclíptica e escreveu o livro “crivo” que leva seu nome e do “mesolábio”, instrumento que permite resolver o problema da média proporcional), e Hiparco (astrônomo do II século a.C. que descobriu a precessão dos equinócios) - sim, porque seus relatos foram confirmados pelos cientistas gregos da escola de Alexandria através de medições pela posição dos astros.
A descrição do navegador - que inicialmente relatava que navegara seis meses durante dias e noites para depois navegar mais seis meses em plena escuridão, período este hoje conhecido como a longa noite ártica - continha muitos outros registros astronômicos.
Saindo de Marselha, navegara pela costa francesa, e da Espanha, atravessando o estreito de Gibraltar, entrou no oceano Atlântico e aportou na Grã Bretanha. Foi neste local que ouviu falar pela primeira vez na misteriosa ilha chamada Tule. Esta ilha, hipoteticamente localizada em qualquer parte do norte da Europa, foi objeto de muitas discussões. Até algum tempo atrás se acreditava que se encontrava perto da Islândia ou Groenlândia, mas, mais recentemente, os estudiosos a localizaram perto das Órcades - o arquipélago Britânico ao norte da Escócia que compreende cerca de 90 ilhas - e Shetland - outro arquipélago ao norte da Escócia.
Como o livro de Piteías também se perdeu nos séculos, as informações que nele inseriu podem ser encontradas em textos antigos como a ”historia natural de Plínio o Velho” (naturalista Romano - 23-79d.C. - autor da obra “historia natural” composta de 37 livros que é chamada enciclopédia da ciência antiga, que morreu por ocasião da erupção do Vesúvio que ficou histórica: como comandante da frota de Miseno, havia ido a Stabia - cidade da Campânia vizinha de Pompéia - no dia da catástrofe que sepultou Herculano e Pompéia, para salvar seus habitantes ameaçados pelo vulcão e observar o fenômeno).
No livro II da historia natural, pág. 186-187, lê-se: Assim, considerando o acréscimo variável dos dias, enquanto em Meroe a luz do dia mais longo tem 12 horas equinociais e 8/9 de hora, em Alexandria temos 14 horas, 15 na Itália e 17 na grã Bretanha, as noites de verão são claras e garantem sem nenhuma dúvida aquilo que a ciência impõe. Contudo, do outro lado, nos dias de solstício de verão, quando parece que o sol encosta mais no pólo e a luz tem um giro mais estreito, as terras que ali estão ao longo de seis meses tem dias claros de vinte e quatro horas e noites escuras de vinte e quatro horas que também se estendem por seis meses. Piteías escreveu que na ilha de Tule, que se distanciava da Grã Bretanha seis dias de navegação na direção norte, acontecia isso também.
No livro IV, pág.104, ainda consta: A um dia de navegação da ilha de Tule o mar é “sólido” e é chamado Crono. De onde deduziram que esta ilha se localizava nas adjacências do pólo norte onde o mar é “sólido” por estar gelado.
Plutarco, escritor grego (Beócia, 50-125 d.C.), que passou varias temporadas no Egito e em Roma na Itália, membro do colégio sacerdotal de Delfos, escreveu numerosas obras, e entre estas algumas se conservam até hoje. No seu livro “o vulto da lua” menciona uma ilha no oceano Atlântico chamada Crono, e diz, lembrando uma citação de Homero: longe no mar existe uma ilha chamada Ogígia - ilha lendária que chegou a ser considerada a ilha de Calipso celebrada por Homero em sua “Odisséia” - a cinco dias de navegação da Grã Bretanha na direção do ocidente. Um pouco mais adiante se encontram outras ilhas na direção do por do sol de verão, e em uma destas - segundo o relato dos aborígines locais - encontra-se Crono, prisioneiro de Zeus, vigiado por Briareu - um gigante filho do Céu e da Terra, que tinha cinqüenta cabeças e cem braços, um daqueles que segundo a lenda ajudou Zeus contra os titãs que era o guardião das ilhas e do mar chamado Crono.
O grande continente que está ao redor do oceano dista de Ogígia aproximadamente 5000 estádios (para os gregos um estádio é uma medida itinerária que corresponde a 185 metros) uma distancia um pouco menor daquela que separa as demais ilhas, e se chega navegando a remos, lentamente, devido á lama que é descarregada pelos rios. Estes deságuam da massa continental e com as suas enchentes trazem tanta terra para o mar a ponto de fazê-lo parecer gelado.
Quando a cada trinta anos o astro Crono - deus helênico, filho de Urano e Gaia e pai de Zeus - entra na constelação de touro, que chamamos Fenonte, enquanto os aborígines locais o conhecem como Nitturo, eles se preparam para fazerem sacrifícios no mar. Provavelmente Plínio e Plutarco falam da mesma ilha.

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